Cláudio Oliveira, fundador do hub, avaliou a trajetória em conversa com a reportagem de Coletiva.net
Nascida com o propósito de promover iniciativas que visam qualificar as relações econômicas, sociais e ambientais, a Ponto celebra sua primeira década de operações em 2023. Em conversa com a reportagem de Coletiva.net, Cláudio Oliveira, fundador da agência, avaliou essa trajetória, comentou sobre o momento atual e projetou o futuro do hub que, inspirado pelos objetivos de desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), atua com foco em projetos de impacto positivo.
Com 15 colaboradores fixos e especialistas parceiros que atuam por trabalho, atualmente, a Ponto traz em seu portfólio o atendimento a empresas, projetos, instituições, órgãos públicos, imprensa e outras organizações com potencial transformador. Para essas marcas, a agência é responsável por desenvolver projetos de Comunicação e de impacto social e estratégias comerciais de conexão em busca de gerar ou maximizar o efeito positivo no mundo.
“Ponto de ligação”
Ao fundar a empresa, em 2012, Claudio vinha de uma trajetória de quase 20 anos no mercado publicitário, no qual adquiriu ampla capacidade de gestão. Interessado pelo assunto, percebeu que o Marketing Social se fortalecia no exterior, mas ainda não tinha muito espaço no Brasil. Foi a partir desse anseio que surgiu a Ponto, que busca ser um “ponto de ligação” entre universos que, normalmente, não se falam. “Eu sabia que receberíamos ‘nãos’, mas foi um projeto a longo prazo. Por isso, eu acredito que é agora que a nossa história está começando”, afirmou. Para o gestor, chegar a uma década de existência simboliza a efetivação da crença de que “todos podem ser protagonistas na transformação do seu ambiente”.
Neste sentido, Cláudio salientou que a Ponto cumpre o papel de despertar em empresas e marcas a possibilidade de impactar o mundo não só com um produto para se capitalizar, mas em um contexto maior. “O universo empresarial ainda é cético em relação a projetos sociais. Se olharmos para a aba ‘Responsabilidade Social’ dos sites, na maioria vamos ver crianças na creche recebendo brinquedos, mas é necessário ir além disso, com a marca atuando como protagonista para gerar algo”, defendeu.
Por isso, muito além de desenvolver a ideia, o hub também entrega a execução. “Nós mergulhamos nos projetos”, relatou Claudio. A viabilidade de cada case é estudada junto a especialistas na área em questão. Psicólogos, educadores e até físicos já atuaram junto à Ponto no desenvolvimento de iniciativas. “A ideia tem aderência? É sustentável? Gera risco? Por meio desse grupo podemos entender o primeiro impacto”, explicou.
Escalada
Entre os diversos cases realizados, alguns deles resumem bem o trabalho da agência, como, por exemplo, a Copa dos Refugiados, lançada em 2017, em Porto Alegre. O projeto, que objetiva promover a integração e o protagonismo social aos refugiados, foi expandido para mais seis estados em 2019. Outro é o Movimento Pais de Coração, que tem como missão inspirar, qualificar e acelerar o processo de adoção no Rio Grande do Sul. Uma das iniciativas é um aplicativo que gera “matches” entre famílias e crianças do Cadastro Nacional de Adoção (CNA).
Também está em fase de desenvolvimento um projeto que mira a cartilha do Ministério da Educação (MEC). Trata-se de uma caixa de lápis com cores de diferentes tons de pele, acompanhada de um livro educativo que conta a história de uma menina negra. “Estamos tentando conectar com as prefeituras, para chegar até a pasta federal”, revelou.
Portanto, olhando para o presente e o futuro, o fundador acredita que o desafio atual é escalar a proposta de valor da Ponto. “Hoje, atuamos em duas vertentes: criamos o projeto e vendemos para uma marca ou essas organizações vêm até nós – que é algo que tem se intensificado recentemente”, explicou. A chegada de Geferson Barths, como líder para a área estratégica de conexões, é um dos movimentos feitos neste sentido. “O nosso objetivo é desenvolver projetos maiores e de maior impacto e, para isso, precisamos de grandes desafios”, finalizou Claudio.